A caminho de casa o garoto se via...
Início de noite, ônibus cheio, aroma de fim de dia de trabalho, comia uma bolacha...
Tirou um livro do bolso e começou a lê-lo. As luzes a piscar intrigavam-no, estando acesas com o movimento e a piscar com o parar do ônibus.
Ouvia-se a conversa de duas senhoras. Problemas, frustrações, coisas do cotidiano...
O garoto tentava ater-se ao livro, no entanto, não conseguia se manter concentrado...
Os problemas debatidos entre as duas entravam por seus ouvidos...
Iniciava uma reflexão... Destino, oportunidades, escolhas, coisas que filosofava com frequência.
Em um instante, eis que desperta do transe em que entrara...
Recolhe então o livro, percebendo não ser mais possível continuar a leitura.
Por um instante, as duas aquietam-se.
O rapaz pega seu celular e liga para sua mãe, de modo comum.
Ao fim da ligação, começa a pensar em seus afazeres... Lições, eventos, mensagens, seu blog...
Parava.
Sobre o que escreveria hoje? Se perguntava
As duas voltaram a dialogar.
O garoto inicia uma reflexão acerca daquelas duas.
Vivendo em um mundo obscuro, sob conceitos aparentemente imutáveis, vivendo em um mundo que as domina...
Sim... Uma história, essa reflexão, esse único momento de epifania deveria tornar-se história, para que aqueles desse mundo imutável pudessem abrir seus olhos...
Já basta de ouvi-las.
Começava a escutar música.
Assim se concentraria, transpondo suas ideias talvez em uma história em quadrinho, talvez em poesia, talvez em música, talvez em uma frase apenas, ou quem sabe em uma crônica...
Início de noite, ônibus cheio, aroma de fim de dia de trabalho, comia uma bolacha...
As luzes a piscar com o parar do ônibus.
O garoto tomou em mãos papel e caneta, e compôs o que desejava.
Imortalizando seus sentimentos em ARTE...